Joaquim Levy: situação continua boa para o Brasil – 21/02/2025 – Mercado

Joaquim Levy: situação continua boa para o Brasil – 21/02/2025 – Mercado

O impacto das medidas econômicas em implantação pelo presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, combinadas com a retração do consumo na China tornam o cenário macroeconômico menos favorável para o Brasil, mas as condições ainda são boas, disse nesta sexta-feira (21) o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy (em 2015, no segundo governo de Dilma Rousseff, do PT).

O diretor de estratégia econômica do Banco Safra projeta um crescimento de 1,5% neste ano, puxado principalmente pelas exportações. “A vantagem é que ela sustenta o consumo de maneira sólida, você está produzindo mais, e pressão inflacionária é menor.”

O preço das commodities, que lideram as exportações brasileiras, está em nível bom, avaliou o economista, ainda que “abaixo daquele pico de 2020”. O setor externo, disse, continua forte, e o dólar, que bateu a marca de R$ 6,30 ao fim de 2024, pode encostar em R$ 5,50.

Na avaliação dele, não existem fundamentos que justifiquem o preço da moeda americana acima dos R$ 5,70 atuais. No decorrer do ano, se o dólar “melhorar um pouquinho”, a inflação pode chegar a cair abaixo de 5%, mas o economista não vê o índice de preços em queda neste ano.

“Até porque a taxa de juros respondeu. Ela está hoje no nível mais alto, vai ter efeito na atividade econômica e na inflação. As pessoas vão tomar menos empréstimos”, disse. “Isso vai arrefecer a economia.”

Levy participou nesta segunda de um evento da farmacêutica Cimed, em São Paulo. A uma plateia formada por fornecedores da empresa, o economista destacou que o setor farmacêutico vem crescendo em ritmo superior ao do varejo total.

O ex-ministro da Fazenda também disse considerar que a situação fiscal do Brasil não é motivo de pânico ou de histeria, mas que exige disciplina e também que o governo não crie novos gastos para os próximos anos, para garantir que a relação dívida/PIB comece a cair.

Se o país crescer acima do 1,5% previsto pelo economista do Safra, a trajetória da dívida crescerá menos, melhorando as condições para o país. “Com 2,5% de crescimento, sustenta bem o fiscal. Para isso é muito importante o governo cumprir o que ele promete.”

Joaquim Levy defendeu que as condições políticas e econômicas exigem vigilância. “Mas não vejo um cenário de pânico, nem de deterioração incontrolável do fiscal.”

O pacote fiscal aprovado no fim de 2024, ainda que menor do que o proposto pela equipe econômica do presidente Lula (PT), dará folêgo ao governo até 2028, intervalo que, na avaliação do economista, seria o suficiente para novas reformas econômicas.

Apesar da percepção de que o governo está gastando mais, Levy disse que em relação do PIB, os gastos federais com benefícios previdenciários e com Bolsa Família estão estáveis e menores do que eram em 2018 e 2019.

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