Uma enquete do Procon-SP revelou que 48% dos participantes de jogos de aposta já comprometeram parte significativa de sua renda, recorrendo a retiradas de aplicações financeiras e empréstimos para continuar jogando.
O questionário, respondido por 1.533 consumidores entre 3 de dezembro de 2024 e 8 de janeiro de 2025, também aponta que 71% dos entrevistados tiveram mais perdas do que ganhos; 39% afirmaram ter dívidas devido às apostas.
Cerca de 89% dos entrevistados disseram receber ofertas de jogos ou apostas em suas redes sociais ou celular e 52% afirmaram que as publicidades com celebridades têm influência na decisão de apostar.
Com relação aos valores gastos em apostas, 47% dos participantes disseram gastar até R$ 100; 26%, entre R$ 100 e R$ 500; 8%, entre R$ 500 e R$ 1.000; e 18% calcularam desembolsar mais de R$ 1.000.
Desde janeiro de 2024, o Procon-SP já recebeu mais de 2.300 reclamações sobre casas de apostas. Em 90% dos casos, a principal queixa está relacionada à não devolução de valores ou ao não pagamento de prêmios.
O Procon avalia que os dados obtidos na consulta são alarmantes e, por esse motivo, fará uma campanha em conjunto com a Secretaria de Comunicação de São Paulo para alertar os consumidores sobre os riscos das apostas online.
Reclamações referentes a problemas com jogos e apostas podem ser feitas na plataforma do Procon-SP.
Folha Mercado
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PREVENÇÃO À LAVAGEM DE DINHEIRO
Na última quinta-feira (20), a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda notificou empresas do setor para que apresentem, até 17 de março, suas políticas de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento ao terrorismo
A notificação foi enviada tanto às empresas autorizadas a operar quanto às que atuam amparadas por decisões judiciais.
O mercado de apostas de quota fixa está regulado desde 1º de janeiro de 2025. A regulamentação visa prevenir a dependência e outros transtornos, além de garantir a proibição de apostas para crianças e adolescentes.
ALERTAS
Nas últimas semanas, instituições financeiras vêm alertando seus clientes sobre o uso de dinheiro em casas de aposta. Ao identificar uma chave Pix associada a bets, o Nubank passou a propor alternativas para o uso do dinheiro. “Que tal guardar esse dinheiro?”, diz o banco em seu alerta.
O Bradesco adotou uma medida semelhante. “Apostas não garantem retorno financeiro e o dinheiro pode ser totalmente perdido. Cuide de sua saúde financeira e procure opções mais seguras pra valorizar o seu dinheiro”, afirma mensagem da instituição.
Na última terça-feira (18), o C6Bank decidiu barrar transferências de clientes que estourarem o limite da conta para fazer apostas esportivas. Em comunicado, o banco informa que não permite transações que excedam o saldo disponível para esse fim.
Com a regulamentação, sites devem vedar acesso ao jogo a:
- Menores de 18 anos;
- Proprietários, administradores, diretores ou pessoas com influência significativa sobre a bet;
- Agente público ligado a regulação de apostas;
- Pessoa com informações privilegiadas ou que tenha influência real sobre o evento que é tema da aposta (no caso do esporte, por exemplo, isso envolve jogadores, técnicos, dirigentes e árbitros);
- Pessoa diagnosticada com ludopatia por laudo médico;
- Pessoas impedidas de apostar por decisão judicial ou administrativa