Mesmo após denúncia, Bolsonaro continuará a dizer que é candidato à Presidência para evitar perda antecipada de capital político

Mesmo após denúncia, Bolsonaro continuará a dizer que é candidato à Presidência para evitar perda antecipada de capital político


Ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. PGR denunciou Bolsonaro por cinco crimes e disse que ele era líder de organização criminosa golpista. Camarotti: Fatiamento da denúncia acelera análise no STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continuará se apresentando como pré-candidato à Presidência da República nas eleições de 2026, mesmo após ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República como líder de uma organização criminosa que queria dar um golpe de Estado em 2022.
Nesta terça-feira (18), o procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou formalmente Bolsonaro por cinco crimes:
liderar organização criminosa armada
tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
golpe de Estado
dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima
deterioração de patrimônio tombado
Somadas, as penas máximas previstas para esses crimes podem chegar a quase 40 anos, caso Bolsonaro seja condenado.
Apesar da denúncia, aliados do ex-presidente avaliam que seria algo precoce se Bolsonaro “retirasse o time de campo” neste momento. Isso enfraqueceria o ex-presidente e seu capital político, afirmam integrantes do núcleo bolsonarista.
Esses interlocutores afirmam que o cenário eleitoral de 2026 é “incerto” e consideram que, se a denúncia avançar no Supremo Tribunal Federal (STF), com o início do julgamento, as condições de Bolsonaro como possível candidato vão diminuir.
Mas, neste momento, aliados dizem que, se Bolsonaro centrar o foco na sua pré-candidatura, ele pode sair fortalecido, inclusive, para mobilizar o Congresso pela votação de propostas de anistia que podem vir a beneficiá-lo.
Se a denúncia for julgada neste ano, o entorno de Bolsonaro avalia que ele terá de fazer uma “reflexão” sobre o melhor caminho para 2026:
se vai deixar a direita fragmentada, insistindo, mesmo inelegível, na candidatura, assim como fez Lula em 2018 – tal postura, observam aliados, aumentaria as chances de uma reeleição do petista; ou
se ele vai adotar o pragmatismo de, em um determinado momento, escolher um candidato, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), com condições de unificar a direita.
Este é um dilema para o próximo ano. Para 2025, a percepção, entre os bolsonaristas, é de que não haverá grandes mudanças na postura do ex-presidente, uma vez que o entorno do político do PL acredita que ele ficará extremamente fragilizado e perderá protagonismo político, caso retire seu time de campo.
Próximos passos
Bolsonaro visitou senadores da oposição nesta terça-feira (18) no Congresso
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
A denúncia agora está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
A Corte vai decidir se torna o ex-presidente réu e se ele vai a julgamento.

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