Alexandre Silveira diz que vai armazenar vento – 19/02/2025 – Mercado

Alexandre Silveira diz que vai armazenar vento – 19/02/2025 – Mercado

O ministro do MME (Minas e Energia), Alexandre Silveira, rememorou e disse que vai cumprir uma promessa antiga feita pela então presidente Dilma Rousseff: estocar vento.

A frase que ficou famosa foi dita por Dilma em setembro de 2015, durante um evento na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, sobre mudanças climáticas. Na ocasião, Dilma discorria sobre a intermitência das fontes renováveis, como a energia eólica e solar, e a necessidade de desenvolver tecnologias para armazenar essa energia.

Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura, da sua manutenção e também pelo fato de água ser gratuita, e da gente poder estocar. O vento podia ser isso, também, mas a gente não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento”, afirmou a ex-presidente.

“Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de, na eólica, estocar, ter uma forma de você estocar… porque o vento é diferente nas horas do dia. Vamos supor que vente mais à noite… como é que eu faria para estocar isso?”, acrescentou Dilma.

A expressão “estocar vento” virou meme e ganhou as redes sociais, mas o conceito por trás da fala de Dilma não estava errado. A armazenagem de energia em baterias, dada a evolução tecnológica, permite aproveitar a eletricidade gerada por fontes intermitentes, como eólica e solar, para uso posterior.

Essa é a nova aposta do governo. Alexandre Silveira disse que, até o meio do ano, deve ser realizado o primeiro leilão para contratar sistemas de baterias que permitam armazenar a energia gerada por essas fontes em momentos em que o consumo não esteja tão alto e elas sigam produzindo.

“Eu quero armazenar o vento. Eu vou armazenar o vento. A eólica, o que ela produz durante o dia, eu vou poder, com as baterias, quando elas tiverem custo e benefício para a sociedade, eu vou poder fazer com que, na hora que o vento para, as baterias garantam o sistema”, comentou.

O mesmo tipo de estratégia deve ser aplicado em relação aos parques de geração solar. “Eu já ouvi do Meio Ambiente, uma certa vez, que, se nós temos tanta energia solar e eólica, por que nós precisamos de outras? Porque o sol se põe às 18 horas. E eu quero até poder armazenar o sol, com o leilão de baterias que nós vamos fazer e seremos um dos primeiros países do mundo a promover isso agora. As energias intermitentes vão passar a ser energias mais seguras”, disse Silveira.

Usinas eólicas costumam, de fato, produzir mais energia a partir de ventos noturnos, quando o consumo é inferior ao volume demandado durante o dia.

“Normalmente nós produzimos entre 9 e 11 gigawatts de energia elétrica à noite. Mas tem dia que a gente produz 2 gigawatts. Como eu vou depender disso? As pessoas têm que ter responsabilidade. O setor elétrico é extremamente complexo. A nossa pluralidade energética é a nossa força. E ela perpassa também pelos combustíveis, biocombustíveis, combustíveis fósseis e minerais para transição.”

Em setembro do ano passado, o MME abriu a consulta pública para colher sugestões do edital para o leilão de reserva de capacidade na forma de potência, com sistemas de armazenamento. O prazo acabou em outubro do ano passado. Em breve, deve ser publicado o edital, com previsão de que o leilão ocorra até junho.

A intermitência das fontes renováveis tornou-se tema central nos debates do setor elétrico, dado o espaço que ganharam na matriz elétrica nacional.

Hoje, as usinas eólicas respondem por 16% da potência instalada do país, enquanto a fonte solar já representa 8,4% do total utilizado, ou seja, de cada 100 lâmpadas que são ligadas no país, 25 delas, em média, iluminam a partir da geração pelo sol ou pelos ventos.

Fonte da Publicação

Análises e Notícias em Tempo Real

Sem mais notícias para mostrar.