EUA: Powell, do Fed, diz que não há pressa em cortar juros – 11/02/2025 – Mercado

EUA: Powell, do Fed, diz que não há pressa em cortar juros – 11/02/2025 – Mercado

O Fed (Federal Reserve) não tem pressa para cortar a taxa de juros dos Estados Unidos novamente já que a economia está “forte no geral”, disse o presidente Jerome Powell em comentários preparados para uma audiência no comitê bancário do Senado.

“A economia está forte no geral e fez progressos significativos em direção às nossas metas nos últimos dois anos”, disse Powell, com a taxa de desemprego de 4% considerada próxima ao nível de pleno emprego e a inflação ainda mais de 0,5 ponto percentual acima da meta do Fed.

“Não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária. Sabemos que reduzir a restrição da política monetária muito rápido ou de forma muito intensa pode prejudicar o progresso na inflação”, disse Powell, reiterando a linguagem usada depois que o Fed, na reunião de janeiro, manteve a taxa de juros.

As declarações iniciais de Powell mencionaram apenas indiretamente os “riscos e incertezas” que a economia enfrenta à medida que o governo de Donald Trump impõe novas tarifas de importação sobre países e produtos industriais, deporta imigrantes que têm sido uma fonte de crescimento recente da força de trabalho e avalia as próximas reformas tributárias e regulatórias.

Ele não quis comentar as políticas tarifárias de Trump, mas reconheceu que há questões na frente comercial. “Não é função do Fed fazer ou comentar sobre a política tarifária”, mas sim levar em conta as novas políticas e reagir de acordo.”

“Estamos atentos aos riscos para ambos os lados do nosso mandato duplo”, disse Powell em referência às metas de inflação estável e pleno emprego. “A política monetária está bem posicionada para lidar com os riscos e incertezas que enfrentamos.”

Ele ponderou, no entanto, que “o argumento padrão para o livre comércio logicamente ainda faz sentido”, dizendo que “não funcionou muito bem quando temos um país muito grande que não segue as regras”.

O depoimento de Powell no Senado é o primeiro de dois dias de audiências no Capitólio, que acontecem no momento em que o Fed tenta entender como as políticas promulgadas e esperadas do presidente Trump impactam uma economia que, segundo muitos indicadores, já está apresentando bom desempenho.

Powell e outros membros do Fed sempre tomam cuidado para evitar julgamentos sobre a sensatez das ações do Executivo ou do Congresso, mantendo o foco em como a economia muda como resultado disso.

A possibilidade de tarifas elevadas sobre parceiros comerciais próximos, como México e Canadá, e sobre produtos industriais essenciais, como aço e alumínio, desencadeou um debate sobre as maneiras pelas quais tais impostos de importação causariam ou não inflação generalizada.

O governo ainda não divulgou um plano detalhado de impostos, gastos e desregulação, mas as próximas negociações sobre essas questões podem ter grande influência no desempenho da economia.

Políticas de Trump em foco

Após falar ao Comitê Bancário do Senado nesta terça, ele irá ao Comitê de Serviços Financeiros da Câmara na quarta-feira (12).

Ambos os painéis estão agora sob controle republicano com novos presidentes. Embora Powell tenha feito disso uma prioridade em seus quase sete anos como presidente do Fed para desenvolver laços próximos no Capitólio, haverá muito assunto para os senadores e deputados de ambos os partidos questioná-lo.

Nesta terça, as políticas de Trump dominaram o teor das perguntas.

Um parlamentar democrata questionou a possibilidade de uma destituição de cargo por parte do republicano, que acumula críticas e provocações ao Fed e a Powell. Ele respondeu dizendo que o presidente dos EUA não tem não tem a autoridade legal para destituir um membro do Conselho de Diretores do Fed.

Outra senadora, também democrata, perguntou quem protegeria consumidores e fiscalizaria grandes bancos diante das recentes mudanças do DOGE de Elon Musk no CFPB (sigla em inglês para Comitê de Proteção Financeira do Consumidor).

Powell opinou que, com a paralisação desse órgão, nenhum outro tem a tarefa de garantir que os bancos cumpram as regras que protegem os consumidores contra práticas enganosas.

Já em meio a perguntas sobre as mudanças do governo Trump no sistema de pagamentos do Departamento do Tesouro, Powell disse acreditar que o sistema ainda é seguro. “Acredito que sim e vou lhe dizer que estamos fortemente comprometidos com a integridade, eficácia e resiliência e todas essas coisas desse sistema”.

Fonte da Publicação

Análises e Notícias em Tempo Real

Sem mais notícias para mostrar.