Lula promete políticas de crédito para incentivar consumo – 07/02/2025 – Mercado

Lula promete políticas de crédito para incentivar consumo – 07/02/2025 – Mercado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta sexta-feira (7), que pretende fazer “muitas políticas de crédito” para incentivar o consumo no país. A declaração foi dada durante evento de anúncios relativos à segurança hídrica em Paramirim, no interior da Bahia, a 742 quilômetros de Salvador.

“Temos alguns programas que vamos anunciar a partir de semana que vem. Não vou falar [detalhes] porque é surpresa. Sabe por quê? Porque quero mais crédito para o povo”, disse Lula.

“A hora que o dinheiro começa a circular na mão das pessoas, ninguém aqui vai comprar dólar nem depositar no exterior, vão comprar comida, roupa, material escolar e vão melhorar a vida da cidade de vocês”, afirmou o presidente na Bahia.

Lula falou sobre o assunto durante um discurso após o evento vinculado ao programa Água para Todos. “Muito dinheiro na mão de poucos significa miséria de muitos. Pouco dinheiro na mão de todos significa melhorar a vida de todo o povo brasileiro. É por isso que vamos fazer muitas políticas de crédito nesse país.”

O total de crédito em relação ao tamanho da economia jamais foi tão grande. O saldo do estoque de crédito (total de dinheiro ora emprestado) como proporção do PIB chegou a 54,4% em dezembro passado.

Do total desse dinheiro, bem menos da metade, 42,4%, vem dos bancos públicos, nível inferior ao que se viu em 2023 e no restante de 2024. Lula tem dado indicações de que quer que as instituições públicas impulsionem a concessão de crédito.

A declaração do presidente ocorre ao mesmo tempo em que o Banco Central promove um choque de juros, justamente para segurar a atividade econômica e impedir o aumento da inflação.

No dia 29, o Banco Central brasileiro seguiu o sinal dado na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) de dezembro e aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, a 13,25%, levando a taxa real a 9,18%. Foi a primeira reunião do comitê liderada pelo atual presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Nesta sexta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Banco Central precisa de “muita sabedoria” na definição da taxa básica de juros para inibir a alta de preços, sem jogar o país em uma recessão.

Segundo o chefe da Fazenda, o BC pode aumentar a taxa de juros para desaquecer a economia segurar o aumento dos preços, mas ressalvou que a política monetária, na dose errada, pode travar o crescimento.

“A política monetária tem que ser conduzida com muita sabedoria, não pode deixar virar problema de crescimento da economia, não pode jogar o país numa recessão ou ter um problema grave em transações correntes com o exterior”, disse em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru, no interior do Pernambuco.

Durante a cerimônia, o presidente estava acompanhado do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades) e Sidônio Palmeira (Comunicação Social).

O presidente Lula começou na quinta-feira (6), no Rio de Janeiro, a realizar as suas prometidas viagens pelo Brasil, na tentativa de reverter a tendência de queda na aprovação do seu governo e também de olho no fortalecimento de alianças políticas.

A nova fase de viagens, retomadas após se recuperar da intervenção cirúrgica na cabeça, terá a região Nordeste como um dos focos. Anteriormente considerando como berço do PT, a região foi onde a queda na aprovação do seu governo esteve mais acentuada.

Na próxima semana, o presidente terá agendas em Macapá – capital do Amapá, estado do novo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) – e em Belém, sede da COP-30, a conferência do clima da ONU, em novembro.

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